domingo, 13 de maio de 2012

Lula quer Cabral fora da CPI do Cachoeira para oposição não identificar quem lucrou com o bondes do alemão


Fonte: Alerta total
Por Jorge Serrão
Exclusivo – Descoberto o motivo pelo qual o Doutor Chefão Luiz Inácio Lula da Silva, mesmo enfermo e andando de bengala, corre tanto para evitar que seu amigo e parceirão Serginho Cabral Filho seja convocado a depor na CPI do Cachoeira – que até agora caminha para desaguar em mais uma pizza com sabor de impunidade. Lula teme que Cabral seja obrigado a explicar, além de sua ligação umbilical com a empreiteira Delta, por que as obras do plano inclinado do complexo do Alemão custaram tão caro e tiveram tantos termos aditivos ao contrato inicial, superfaturando a previsão inicial de gastos.
O motivo da correria de Lula para blindar Cabralzinho serviu de assunto das fofocas de final de semana de alguns senadores e deputados, em Brasília - lugar apropriadamente avacalhado como “Detrito Federal”. Oficialmente, a obra no Alemão custaria estratosféricos R$ 210 milhões. Mas o valor pode ter sido aditivado para R$ 253 milhões. Os políticos comentavam ontem que gente muito próxima a Lula teria se beneficiado do negócio.
Símbolo-mor do PAC no Rio de Janeiro, os bondinhos  do Alemão são alvo de críticas econômicas. Transportam apenas 10.000 passageiros por dia. Mas custam ao Estado do Rio R$ 2 milhões por mês, em subsídios. O negócio parece tão bom que já se estuda implantar uma nova linha do teleférico até o shopping Nova América, em Del Castilho, na zona norte do Rio de Janeiro. Será que o modelo operacional resiste a uma isenta auditoria para verificar se o dinheiro gasto a mais com sua manutenção escorre para algum sistema de mensalão? Eis a questão...
Bancado pelo governo do RJ e operado pela Supervia (em contrato de emergência, sem licitação que só ocorre em julho), o teleférico tem passagem social a R$ 1 que não cobre os custos operacionais. Para piorar o rombo, 55% dos usuários desfrutam de gratuidade. Cada viagem de até 3,5km (da estação inicial, Bonsucesso, até a final, Palmeiras), 152 gôndolas, de 6h às 21h, custa aos cofres públicos R$ 6,70 – R$ 2 milhões divididos por 300.000 passageiros/mês.
Em 7 de julho de 2011, quando a Presidenta Dilma Rousseff inaugurou o teleférico do Alemão, o discurso do vice-governador do Rio de Janeiro chamou atenção. Luiz Fernando Pezão fez questão de agradecer às empreiteiras responsáveis pela obras, principalmente a Delta Construções, de Fernando Cavendish, cuja ligação com os esquemas do bicheiro e lobista Carlinhos Cachoeira e a amizade com o Governador Sérgio Cabral se transformam em bons motivos para se convocar alguém a depor numa CPI.
Uns 20 dias antes do discurso de Pezão, Cabral tinha sido pego na besteira de ter apanhado emprestado um jato do empresário Eike Batista, do grupo EBX, para viajar à Bahia e participar dos festejos de aniversário do dono da Delta, em um resort. A farra passaria despercebida não fosse uma tragédia. A queda de um helicóptero que provocou a morte de sete pessoas e tornou evidente a intimidade entre o governador e o empreiteiro. Cavendish perdeu a mulher, Jordana, e o enteado, Luca. O vice Pezão tinha acabado de chegar à Sicília, na Itália, quando ocorreu o acidente, e foi obrigado a cencelar as férias, voltando no primeiro voo ao Brasil, a fim de dar suporte ao amigo Cabral.
A administração Cabral, no poder de 2007, já pagou mais de R$ 1 bilhão à Delta, de Cavendish. Pelo menos R$ 207 milhões resultaram de contratos assinados com dispensa de licitação. A maioria dos acordos também teve termos aditivos aumentando os custos das obras. Desde a semana passada, a Delta ainda divulga reclamações de que o Governo Cabral lhe deve uns R$ 300 milhões em obras executadas e não pagas.
Cabral também quase se queimou porque concedeu R$ 79,2 milhões em benefícios fiscais para a EBX, empresa do bilionário qhe lhe emprestou o jatinho para o trágico passeio na Bahia. Sorte de Cabral que o Ministério Público resolveu arquivar a investigação sobre o assunto. Fato normal de acontecer em um País em que os governadores nomeiam os Procuradores Gerais de Justiça – responsáveis, eventualmente, por investigar seus erros ou crimes.

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