Fonte Jornal O Dia
Rio -
Ainda existe a luta de classes. Mais precisamente a classe dos
enfermeiros, que não para de lutar por direitos e melhorias na qualidade
de seu trabalho, mas tem diante de si uma classe política que parece
insensível à importância enorme destes profissionais. Nossa maior luta, a
da aprovação imediata do PL 2.295/2000, parece esbarrar numa muralha
intransponível de tempo e de burocracia. As famílias dos enfermeiros têm
urgência. As famílias que são atendidas por enfermeiros cansados,
esgotados por uma jornada de 44 horas semanais, têm mais urgência ainda.
Mas o PL para reduzir a carga para 30 horas continua sem ser votado no
Congresso.
Desde o governo Lula, o texto é examinado por diversas Comissões na Câmara e no Senado. O projeto foi aprovado por unanimidade pelas Comissões de Seguridade Social e Família, de Finanças e Tributação, de Constituição e Justiça, e de Cidadania. Eis que, após tudo isso, 12 anos depois, nossos parlamentares resolvem dizer que o projeto de lei é inviável. Estudos do Dieese e do próprio Ministério da Saúde dizem o contrário. O impacto total chegaria a R$ 609 milhões. Ou seja, totalmente compatível com os investimentos na Saúde, desmentindo os bilhões chorados pelos patrões.
A saúde privada obteve aumento de 8% nos planos de saúde — reajuste autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar —, quase o dobro da inflação oficial. Ah, aí sim, as coisas fluem. Mas e na hora de dar mais qualidade ao serviço — caso do nosso PL? É uma classe inteira deixada de lado. E a dor maior é lembrar que a representante máxima dos trabalhadores, hoje presidenta da República, assumiu o compromisso de “apoiar a aprovação de iniciativas legislativas que garantam a jornada de trabalho de 30 horas semanais para a Enfermagem”. Não aconteceu. Não acontecerá?
A luta vai continuar, sempre. A nossa classe merece. Que o PL seja votado logo, ou as consequências serão ruins. A longo e médio prazo, deterioração dos serviços. A curto prazo, a interrupção dos mesmos, em justíssima paralisação. Os patrões estão pedindo.
Desde o governo Lula, o texto é examinado por diversas Comissões na Câmara e no Senado. O projeto foi aprovado por unanimidade pelas Comissões de Seguridade Social e Família, de Finanças e Tributação, de Constituição e Justiça, e de Cidadania. Eis que, após tudo isso, 12 anos depois, nossos parlamentares resolvem dizer que o projeto de lei é inviável. Estudos do Dieese e do próprio Ministério da Saúde dizem o contrário. O impacto total chegaria a R$ 609 milhões. Ou seja, totalmente compatível com os investimentos na Saúde, desmentindo os bilhões chorados pelos patrões.
A saúde privada obteve aumento de 8% nos planos de saúde — reajuste autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar —, quase o dobro da inflação oficial. Ah, aí sim, as coisas fluem. Mas e na hora de dar mais qualidade ao serviço — caso do nosso PL? É uma classe inteira deixada de lado. E a dor maior é lembrar que a representante máxima dos trabalhadores, hoje presidenta da República, assumiu o compromisso de “apoiar a aprovação de iniciativas legislativas que garantam a jornada de trabalho de 30 horas semanais para a Enfermagem”. Não aconteceu. Não acontecerá?
A luta vai continuar, sempre. A nossa classe merece. Que o PL seja votado logo, ou as consequências serão ruins. A longo e médio prazo, deterioração dos serviços. A curto prazo, a interrupção dos mesmos, em justíssima paralisação. Os patrões estão pedindo.
Pedro de Jesus é presidente do Conselho Regional de Enfermagem do Rio de Janeiro
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