Rio -
O assédio moral no trabalho representa um jogo de poder que violenta,
humilha e intimida pelo medo, e que, sobretudo, afeta a saúde e o
desempenho de trabalhadores e trabalhadoras. Essa tem sido uma trágica
realidade para os profissionais de enfermagem, em especial para o imenso
contingente feminino da categoria, que se vê violentado cotidianamente,
seja pela imposição de uma relação de subordinação injusta a outros
profissionais de mesmo grau de escolaridade e responsabilidade, seja
pelas condições desiguais de trabalho, salário e jornada a que estão
obrigados.
Mesmo diante das dificuldades, há duas atitudes fundamentais e
imprescindíveis a serem adotadas: a denúncia dos agressores e a
divulgação ampla de informações e a adoção de medidas, como a
organização de Câmaras Técnicas, comissões estaduais ou locais de
acompanhamento e fiscalização. Essas medidas são de extrema urgência, em
especial para orientação da categoria e a busca da defesa de seus
direitos quando do desrespeito à legislação em vigor.
É fundamental orientar o profissional a não se isolar, buscar apoio
junto a suas entidades de representação. Mostrar aos agressores que o
profissional não está sozinho e que existe mobilização para
enfrentamento.
Desde os bancos escolares é preciso estimular a colega a não se
intimidar e jamais deixar de denunciar. A denúncia representa a melhor
arma no combate, evitando que surjam novas vítimas. A Lei do Silêncio só
protege o agressor, e não a vítima, garantindo a impunidade.
O medo de demissão e de represálias deixam muitos trabalhadores sem
atitude. O Conselho Federal precisa se mobilizar para enfrentar essa
questão de maneira objetiva, conclamando as demais entidades de
representação da categoria a se organizar para o combate a essa
violência cotidiana sofrida pela categoria.
Deputada estadual pelo PCdoB e membro da Comissão de Saúde da Alerj
Fonte: Jornal o DIA 30/03/2012
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