Para que servem as leis? Para que serve o Estado? Para que serve um
governo, instituições públicas e demais entidades mantidas pelos nossos
impostos?
Por mais incrível que possa parecer, todas essas perguntas têm em comum uma única resposta: para servir e proteger o cidadão.
Pode parecer algo surreal, inverossímil ou mesmo fantasioso. E esse
sentimento é mesmo compreensível em um país como o nosso; recheado de
demagogos, repleto de indigentes, inchado com um povo hipócrita que,
apesar de jurar que não, pensa unicamente em seu próprio umbigo e teme
se comprometer com qualquer coisa que possa, mesmo em tese,
prejudicá-lo. Mas, o dever primordial de qualquer aparelho estatal é
proteger o cidadão e, em especial, aquele cidadão que “pode menos”.
Contudo, por mais que o discurso governamental cante em verso e prosa
o “amor aos pobres” e que a hipocrisia da sociedade brasileira sempre
nos veja como uma nação solidária e povoada pelo povo mais amigo e feliz
do planeta; a dura realidade teima em aparecer aqui e ali e esfregar em
nossos rostos mentirosos a verdade cruel.
Ao mesmo tempo, pobres ou não, somos expostos a face pérfida e aos
mecanismos de terror genocida do Estado, permeados pela indiferença
crônica, pela ineficiência sistêmica e pelo sentimento da maioria do
funcionalismo público que enxerga seu cargo apenas como um passe livre e
seguro até a aposentadoria; quase sempre esquecendo de que o seu dever
primordial é servir.
Se você acha essas palavras absurdas ou duras demais, analise cada
uma dessas situações abaixo e procure, sinceramente, responder a
pergunta: Qual será a vítima comum a todas elas?
a) O “Barnabé pé de chinelo” que fica jogando paciência no posto da Previdência Social, enquanto a fila de segurados, muitos doentes e idosos, da voltas no quarteirão.
b) O policial que finge não ver uma vítima pedindo socorro ou bate na cara do primeiro “crioulo” que lhe cai em mãos para “aliviar a tensão”.
c) A juíza que se escuda na letra fria da lei para despejar um menino deficiente mental, soropositivo, cego, mudo e paralítico do abrigo onde tinha seu próprio quarto e era tratado há dezesseis anos pela APAE local e por duas mulheres que lhe davam total assistência, carinho e amor incondicional; ordenando que o menor fosse jogado e abandonado no chão da sala do secretário de saúde de uma cidade do interior de Santa Catarina. (Justiça despeja adolescente deficiente mental de abrigo em SC)
d) O atendente do posto de saúde que exige o preenchimento de ficha antes de chamar um médico para atender a um doente visivelmente em estado grave.
e) O médico que recusa atendimento ao paciente por estar revoltado com os baixos salários, em greve ou fingindo dormir.
Se você respondeu que a vítima em comum de todas essas situações é o
cidadão comum, o “pé no chão”, o “Zé Ninguém” – em resumo – o pobre;
você acertou em cheio.
Pois é esse sujeito que jamais incomodará ninguém. É ele que aceitará
submisso todas as indignidades que o vitimarem e ainda agradecerá de
joelhos quando um político, um funcionário público ou uma “autoridade”
cumprir meramente o seu dever e lhe atender a demanda.
Mas, para que tanta divagação e tanta reclamação? O que tudo isso tem a ver com o título desse artigo?
A resposta, caro leitor, está na vergonha que sinto às vezes de
pertencer a Raça Humana. O ódio que aquece meu sangue e me provoca
ânsias de tomar a justiça em minhas mãos, mesmo sabendo que as
consequências serão terríveis, diante de algumas injustiças,
desumanidades e da frieza com que algumas autoridades (pagas para cuidar
do cidadão desfavorecido – e muito bem pagas) atuam.
Sem se preocuparem em sair de seus gabinetes refrigerados ou enviarem
um de seus muitos assessores regiamente pagos para acompanhar “in loco”
o que acontece no “mundo real”, proferem decisões que destruirão vidas,
permitirão verdadeiras barbáries ou lançarão no mais profundo terror a
alma daqueles escolhidos como alvos.
E você, o que pensa disso?
FONTE: http://www.visaopanoramica.com/2012/11/30/a-indignidade-a-frieza-a-maldade-e-a-vergonha-de-ser-humano/#ixzz2DqerVadL
parabens gostei muito
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