quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Orgulho é igual a queda.

O orgulho sufoca, destrói, mata, derruba, etc. É um pecado mencionado com bastante freqüência nas Escrituras e todas as suas menções indicam que Deus o odeia. Deus realmente abomina o sentimento de orgulho! Toda criatura que cai nesta perigosa cilada enfrenta o Deus todo poderoso sem o menor temor. Isto porque o orgulho cega o entendimento. Ele faz seus escravos pensarem que podem tomar o lugar do Onipotente Deus ou que podem ser uma criatura superior às outras. Mas isto é engano, um caminho que leva tudo à destruição.

O primeiro pecado mencionado na Bíblia é o orgulho. Satanás queria ser como Deus, queria destroná-lo. Assim nasceu a primeira contenda no céu. Um terço dos anjos foram seduzidos. Acreditaram nas promessas do suposto futuro “senhor” de tudo. Se encheram de orgulho influenciados por Satanás. A propósito, aqueles que pensam que o sentimento de orgulho não traz contenda e desordem, estão completamente errados. O orgulho causa confusão, contenda, mágoa, brigas, discussões, divisões, etc. Além disso, o cristão quando é orgulhoso envergonha o nome de Cristo, pois isto contraria tudo o que o Mestre ensinou e viveu.

Dentro do Ministério Musical o pecado do orgulho pode ser facilmente detectado. Preste atenção:

» Quando não aceitamos exortação de nossos pastores, líderes e até mesmo de nossos companheiros de ministério » Quando sempre achamos que estamos certos » Quando não damos ouvido às outras pessoas » Quando achamos que somos melhores do que alguém » Quando achamos que somos dignos de receber alguma glória e louvor » Quando achamos que a obra que executamos está tendo sucesso pela nossa capacidade » Quando achamos que o nosso estilo musical é o mais correto perante Deus » Quando humilhamos, subestimamos ou não valorizamos aqueles que estão iniciando no ministério

Talvez esta seja a razão da escassez de verdadeiros adoradores dentro do povo chamado cristão. Esta triste armadilha têm cegado a muitos, tornando-os joio, ao invés de trigo. Aqueles que desejam trilhar a árdua jornada da verdadeira adoração deverão riscar de sua vida tudo aquilo que foi dito anteriormente. O verdadeiro adorador não deixa ser tomado pelo orgulho, mas permanece humilde pelo temor que tem de Deus. O verdadeiro adorador sabe que Deus não reparte sua glória com ninguém! Jesus, além de ser o nosso Salvador, foi o maior Mestre que pisou na face da terra. Suas maiores lições sempre tinham a ver com humildade. Ele sabia que a falta de humildade causava destruição, ruínas, separação, tristeza, e o pior de tudo, entristecia a Deus. Foram de Jesus as palavras:

Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus. (Mateus 5.5) Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para as vossas almas. (Mateus 5.11) Portanto, quem se tornar humilde como esta criança, esse é o maior no reino dos céus. (Mateus5.18)

Jesus não só ensinou sobre a humildade, mas sua vida refletia isto em cada atitude. Dia a dia ele mostrava que o orgulho não fazia parte do seu caráter. Não foi o Rei Jesus quem lavou os pés dos discípulos na noite da Ceia? É importante ressaltar que nenhum dos 12 homens merecia isto. Outra prova de humildade foi a sua terrível morte na cruz. Na época de Jesus, a morte de cruz era um dos piores e mais humilhantes tipos de morte existente. Na polida sociedade romana até a sua menção era proibida. Você consegue imaginar o rei da glória, o filho de Deus se submetendo aos soldados romanos, apanhando, levando chutes, socos, chicotadas e tendo sua cabeça furada por uma coroa de espinhos? É difícil compreendermos isto, mas entendemos que foi uma das grandes, senão a maior prova de humildade de Jesus.

Querido irmão, faça o possível para viver uma vida de humildade, refletindo este ensinamento de Cristo em cada atitude, palavra e até pensamento. Lembre-se sempre: sem humildade, não há verdadeira adoração. Por isso, dedique um bom tempo de sua oração pedindo a Deus um caráter livre do orgulho, derrame-se aos pés do Pai e peça para Ele te curar de qualquer tipo de soberba e espere os desafios que aparecerão a você, porque, certamente o seu coração será posto à prova em muitas ocasiões.

Um abração em Cristo Jesus

 
Ramon Tessmann

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

A corrupção é muito pior do que se imagina.


Gilberto Dimenstein

Um teste realizado com 244.836 crianças da primeira série do ensino fundamental dá uma valiosa pista sobre os meios de produzir melhores alunos. A imensa maioria dos que passaram pela pré-escola teve melhores notas em língua portuguesa.
Dos que obtiveram ótimo, a nota máxima, como conceito somente 10,2% não tinham passado pela chamada educação infantil. Esse é apenas um detalhe observado num exame (Saresp) em que se avaliaram 4,5 milhões de alunos paulistas -grande parte dos quais da rede estadual- do ensino fundamental e médio.
Diagnóstico: os cidadãos que tiveram a oportunidade de serem estimulados desde o berço demonstraram mais chance de progresso intelectual e profissional. Prognóstico: se o poder público investir em educação infantil, os futuros trabalhadores serão mais qualificados, e os cidadãos, mais educados.
Apesar da extensão do teste realizado pela Cesgranrio, com inúmeras lições sobre avanços e deficiências -é inédita no Brasil uma avaliação de 4,5 milhões de alunos desse nível de ensino-, houve baixa repercussão.

Primeira explicação: ainda não nos convencemos, de fato, da importância do capital humano para o desenvolvimento de uma nação. Segunda: o país ainda não sabe que a gestão sofrível, além de retardar a qualificação dos cidadãos, é o maior ralo de dinheiro público que existe no país. Terceira: a onda de suspeitas de corrupção, em ritmo de espetáculo, concentra quase toda a atenção.
Na semana passada, num debate na Folha, o ministro Patrus Ananias, o secretário do Desenvolvimento Social do município de São Paulo, Floriano Pesaro, Lena Lavinas, da UFRJ, e Marcelo Nery, da FGV-RJ, demonstraram uma série de divergências. Concordaram, entretanto, em que as centenas de bilhões de reais drenados em programas de educação, saúde e assistência social poderiam ser mais bem usadas se tivéssemos mais indicadores e melhor gerência.
Como os gastos sociais significam, nos três níveis de governo, 25% do PIB (R$ 1,8 trilhão), estamos falando de R$ 470 bilhões. É sabido que parte desse dinheiro se perde na ineficiência. Por exemplo, falta de foco, dispersão de programas e dificuldade de entrosamento das ações em âmbitos municipal, estadual e federal.


Na galeria de assuntos vitais e submersos na barulheira da crise política está o Fundeb -a proposta de uma nova repartição de recursos da educação, que altera o financiamento dos ensinos médio e infantil. Foi proposto o aumento do ensino fundamental para nove anos. O problema gira em torno dos especialistas, longe, muito longe, dos beneficiários da educação: pais e seus filhos.
Um grupo de especialistas, por exemplo, lamenta que as creches tenham ficado de fora da proposta. Pesquisas e mais pesquisas têm demonstrado como o estímulo na fase de zero a três anos de idade é decisivo no desenvolvimento das crianças.


O governo federal lançou uma espécie de lei de responsabilidade fiscal aplicada à saúde, cujo objetivo é assegurar mais rigor nos gastos em saúde pública, nos quais existe, como se sabe, muito desperdício. Repercussão zero.
Nas últimas semanas, liberaram-se documentos que revelaram como a disseminação do programa Médico da Família reduziu a mortalidade infantil. Também baixíssima repercussão. É o mesmo impacto das estatísticas divulgadas há dez dias, nas quais se vê a redução da taxa de gravidez de adolescentes no Estado de São Paulo. Essa é uma praga nacional, que envolve 1 milhão de adolescentes todos os anos, sem contar os efeitos deletérios dos abortos. Gravidez na adolescência é uma praga que ajuda a explicar o aumento da miséria e até da violência.
Uma experiência que envolve governo, fundações e empresários, realizada em 2.400 escolas públicas abertas nos fins de semana, conseguiu reduzir os índices de agressão, as depredações, o tráfico de drogas e o desrespeito aos professores. Instrumentalizaram-se, nessas escolas, jovens para atuar como agentes comunitários. Mais uma vez, nenhuma repercussão.


Uma das mais importantes experiências sociais brasileiras é a redução da taxa de homicídios na região metropolitana de São Paulo; só na capital, a queda foi de 40%. Em bairros pobres devastados pela violência, como Heliópolis (120 mil habitantes), Cidade Tiradentes (150 mil habitantes) e Jardim Ângela (120 mil habitantes), graças a engenhosas articulações comunitárias, conseguiram ir mais longe: baixa de, respectivamente, 50%, 70% e 75%. Lembre-se de que, até pouco tempo atrás, o Jardim Ângela era apontado como a região mais violenta do planeta.
A repercussão dessas descobertas limitou-se, ainda assim escassamente, a São Paulo.


O efeito da corrupção é, como se vê, maior do que se imagina. Além do desvio de dinheiro e de abater o moral de todo um país, colabora para tirar ainda mais o foco do que realmente importa numa nação, que é a melhora de seu capital humano, cuja prosperidade significa mais empregos e salários.
PS - Estaremos atingindo um novo estágio de aprimoramento democrático quando nós, da mídia, dermos tantas páginas às mazelas da educação quanto damos à corrupção. Seremos um país de fato desenvolvido quando resultados como o do Saresp produzirem tanta emoção como os resultados futebolísticos. Pode não parecer, mas a habilidade de nossos alunos é mais importante do que a dos jogadores.


Extraído da Folha de São Paulo - Caderno Cotidiano - 03/07/2005

 

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Colégios campeões do Ideb dão exemplo de parceria entre alunos e professores em Cambuci, no interior do Rio.

Estudantes do Colégio Estadual Waldemiro Pita, em Cambuci: festa pelo segundo lugar no país entre as escolas do segundo segmento do ensino fundamental, do 6º ao 9º anos
Estudantes do Colégio Estadual Waldemiro Pita, em Cambuci: festa pelo segundo lugar no país entre as escolas do segundo segmento do ensino fundamental, do 6º ao 9º anos Foto: Extra / Thiago Freitas / Extra / Thiago Freitas





Roberta Hoertel

Chegar à Escola Estadual Waldemiro Pitta, no distrito de Monte Verde, em Cambuci, é percorrer uma longa estrada de terra e ser recebido com o cheiro do pão quente, preparado na própria instituição. Pelos corredores, a diretora Neliany de Campos checa a assiduidade e o desempenho de cada um dos 276 alunos, todos reconhecidos pelos nomes e histórias de vida. E garante: este é o segredo do sucesso.
Situada na zona rural de Cambuci, que abriga cerca de seis mil habitantes, a escola é a segunda melhor do país no segundo segmento no ranking do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Neliany, funcionária da escola há trinta anos, apostou na aproximação dos pais com a instituição e no cuidado com cada detalhe da vida dos estudantes.
— Trabalho numa área rural. As crianças percorrem longos caminhos para chegar aqui, após horas de trabalho. Chegam cansadas e com fome. Precisava suprir isso de alguma maneira, então criei a padaria da escola. Pelo menos chegam e saem alimentadas daqui e, assim, se concentram mais — diz ela.
Para trazer os pais para a rotina dos alunos, e ainda incrementar a educação da cidade, Neliany lutou pela criação do curso de ensino normal, para formação de professores. Desta forma, além de garantir uma formação profissional para seus alunos, a diretora conseguiu que muitos pais voltassem a estudar para ter uma profissão.
Após 15 anos sem estudar, ajudando o marido na lavoura, a futura professora matriculou os três filhos:
— Eles estão sempre em cima da gente, dos estudantes e da família. O bom daqui é que garantem inúmeras oportunidades para todos nós e isso incentiva a família inteira a participar.
Em um raio de 25 quilômetros, existe apenas a pequena escola para suprir a necessidade de quatro distritos. Logo depois, mais uma surpresa. A Escola Estadual Oscar Batista, que ocupa a segunda colocação entre as melhores do país do 6 ao 9 ano.
— Temos que botar a mão na massa e mostrar resultados. Não posso ficar esperando o governo chegar aqui e olhar por mim. Com o pouco que tenho, tento levar muito aos meus alunos — afirma o diretor Odebe Peres.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Mais um médico pede demissão.

O Brasil está vivendo um paradoxo: ao mesmo tempo em que forma cada vez mais médicos fica mais escasso o número de profissionais dessa área que aceitam trabalhar para o poder público, seja ele municipal, estadual ou federal. 
Vejamos nessas terras de Ubás...
Além de não contarmos com NEUROLOGISTA,UROLOGISTA,PSIQUIATRA, ENDOCRINOLOGISTA , para nossa surpresa mais um profissional pede demissão! Desta feita foi o Dr Marco Valério CARDIOLOGISTA,ou seja, o serviço público fica carente de  profissionais especialistas em áreas primordiais para o atendimento básico. Será porque essa debandada? Quem trabalha aqui sabe.Como podem exercer com uma remuneração ridícula? Sem valorização até enquanto profissional? Sem motivação e sem condições ideais de trabalho? 
Há pouco soube que quem precisa de consulta com PSIQUIATRA tem que se deslocar até o município de Aperibé, mesmo assim depois que escrevi aqui sobre o PROGRAMA DE SAÚDE MENTAL, não seria mais fácil contratar e pagar dignamente do que levar os usuários até aquela cidade? Se Aperibé tem esta especialidade porque aqui não tem, se sempre teve?
Remunerar melhor, contudo, é o caminho mais curto para atrair médicos para o serviço público.Só que a administração faz o contrário, prefere disponibilizar carros para o usuário andar 60 km do que tê-los aqui mesmo. Que discrepância!!!!! 
Assim seguimos e pense nisso!!!

By Isa

domingo, 5 de agosto de 2012

OS BONIFRATES

Certas pessoas nas mãos dos líderes políticos são meros títeres.(Governante sem posições próprias, que representa os interesses de outrem mais forte.)
São autenticas marionetes, ou seja, verdadeiros bonifrates( fantoches). São advogados sem outorga, políticos sem mandato, oradores sem tribuna, delegados sem delegações, representantes sem representação, que invariavelmente almejam e se determinam ser mais realistas que o rei, servir para servir-se oferecer mais do que lhes for pedido, intitular-se generais, comandantes ou coordenadores sendo apenas meros soldados servis, genuflexos e subalternos a prestar-se ao papel de instrumentos maleáveis de manipulação a serviço de interesses, na sua maioria, não republicanos do seu superior.
É surreal e bizarra a aparição desses personagens risíveis nos programas radiofônicos e televisivos, nas revistas e jornais locais, nos quais os tais falastrões boquirrotos( indiscretos), sem autorização dos seus chefes, porém com suas aprovações, ficam a deitar falação acerca de projetos futuros, de vaticínios, de antevisões de panoramas, cenários e paisagens políticas, elaboram pareceres jurídicos públicos sobre inelegibilidade de alguém ao sabor dos interesses obscuros sem nenhum conhecimento técnico- jurídico e sequer, da sua alçada profissional. Torna-se ainda mais hilário quando se intitulam coordenadores sem que seu tutor, oráculo ou líder tenha publicamente reconhecido tal posto para quem assumiu, digamos... a “patente”, ou que sequer possua no seu grupo de acólitos( assistentes) alguém encarregado de cometer esse encargo.
A dignidade acima de tudo! Não podemos e não devemos perder a capacidade de nos indignar. Afinal, onde reside a ética, a postura decente e coerente, enfim, a compostura? Melancólico quando detectamos as personalidades volúveis que já passaram de mãos em mãos com a mesmíssima sujeição e idêntico servilismo a reeditar as práticas que os coloca de bem com o mandatário de plantão mesmo que este seja um pigmeu autoritário.
O exercício do poder personalista, autocrático, ilegítimo que vivenciamos, instiga a institucionalização da bajulação oficial que está se tornando norma de conduta para alguns membros das escalas subalternas de poder. O problema maior é que agora, na ânsia de agradar ao indireto, alguns aloprados estão ultrapassando os limites do bom senso e da razoabilidade, da racionalidade e até mesmo do amor próprio pelo contundente ridículo.
Abriu-se a chaga da bajulação ilimitada após a chegada do interventor. “Todos te aplaudem, tudo bem, isto que é vida” afirma a Bíblia, no Livro dos Salmos. Os aduladores do momento são fiéis protetores que seguem à risca os fracassos e os desmandos de tal autoridade, ignorando a democracia e a sensibilidade à crítica. Uma adulação que, não tomada como arte da persuasão ou artifício para as negociações de caráter ético, passa a maquiar a personalidade do déspota do povo, falsificando a autenticidade dos seus discursos e pronunciamentos, das idéias e das verdadeiras ações deste em relação aos seus subalternos e aos demais.
Platão, no seu diálogo Górgias, destacou que a Retórica é apenas uma parte da adulação, isto é, um simulacro de uma parte da política. Mentiras são vertidas em profusão como se verdades fossem. Mas, assim como a vida, a ingenuidade, a pureza ou os interesses da adulação têm seus limites, têm seus dias contados! Acredita-se que só o pacto com a verdade é mais honrada e mais elevada que a amizade: “Amicus Platô, amicus Sócrates, sed amica veritas” (Aristóteles) – Amigo Platão, amigo Sócrates, mas mais amiga é a verdade. Ninguém é tão forte que possa resistir aos apelos da verdade para si e para os outros, sobretudo no mundo político. Vejamos o que verdadeiramente dirá o povo ao emitir brevemente sua sentença através das urnas.
Certo filósofo dissera certa vez... “O limite da vida é a morte, o da bajulação é a sensatez, o amor próprio e o compromisso com a verdade”.
 
Carlos Aquino
*Advogado militante, professor da UFPB, ex Juiz eleitoral do TRE/PB, ex Procurador Geral do Município de João Pessoa, ex Secretário adjunto da Justiça do Estado da Paraíba, Membro da Comissão Nacional de Previdência e Seguridade Social do Conselho Federal da OAB.

Lição de educação e falta de compostura

No exercício de um cargo público é mais que evidente que o ocupante porte-se com dignidade e com o cultivo de atitudes que sirvam de exemplos para as pessoas. E isto tem um caráter universal.
Hilary Clinton foi surpreendida vendo pela internet a morte do Kadafi. Sua reação foi de comemoração: “Uaaaau”. Agora, entra a Dilma, a Dilma na qual não votei (votei na Marina), mas que sou obrigada a reconhecer que tem dado lições de compostura. Já havia brilhado na ONU e em seu giro internacional e agora, quando lhe perguntaram sobre essas manifestações de regozijo pela morte do Kadafi, respondeu: “Não se deve manifestar satisfação pela morte de ninguém”.
É, educação e classe é para quem tem e não são todos que as têm.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

TVJustiça inova e blogues poderão transmitir julgamento ao vivo.

Link para quem quiser assitir o julgamento do mensalão ao vivo. A TV Justiça disponibilizou para todos os blogues, que desejam transmitir a sessão!!


http://www.youtube.com/user/STF?v=_40YW4ezZOk

D I R E I T O DE I R E V I R por Carlos Drummond de Andrade

Outro dia fui ao médico e ele me perguntou se eu ando bastante a pé.
- Muito - respondi. -Pois então ande mais ainda.
O conselho é saudável, mas não sei como se possa andar com as calçadas e o leito das
ruas cheios de veículos, sem uma beiradinha para o infortunado pedestre. Fomos
definitivamente proscritos da cidade. E não temos para onde ir, pois o progresso
chega ao interior, com seu cortejo de máquinas, desde o automóvel até a carreta,
passando pela moto, a escavadeira, a britadeira e demais bichos mecânicos
incumbidos de obstar o alegre movimento das pernas. Estava pensando na
impraticabilidade da prescrição médica, e me pedir de volta o dinheiro da consulta,
quando meus olhos se abriram à notícia de que vai ser criada a Associação de
Pedestres do Rio de Janeiro, a exemplo da existente em São Paulo.
Aleluia! Se me dessem licença, gostaria de ser o primeiro associado inscrito, mas
receio que, ao se instalar a entidade, não tenha condições de chegar à sede, pelas
dificuldades do trânsito. Serei talvez associado telefônico ou postal, caso não me seja
negado o direito de ir da minha residência até a agência de correio mais próxima.
A associação, dizem-me, editará uma cartilha do pedestre, que me habilite a desfrutar
os direitos da minha condição. Talvez fosse judicioso editar simultaneamente a
cartilha do motorizado, para que esta faça a revisão de conceitos até agora
norteadores de seu comportamento. Assim, pelo menos reivindicaremos nossos
direitos específicos brandindo cartilhas em lugar de palavrões ou argumentos
baculinos. Vencerá quem melhor usar sua cartilha.
Apenas, temo que nós, pedestres, não tenhamos chance de tirar do bolso o folheto que
será a nossa Bíblia, também pedestre, pois a experiência comprova que o motorizado
não dá tempo para o confronto de princípios. Os princípios em geral são nossos, e a
rua é deles, senão a cidade inteira.
Sou ainda forçado a meditar na precariedade de uma associação que, como todas as
outras, reúne indivíduos e não santos de altar. A maioria esmagadora dos indivíduos,
como se sabe, aspira a ser qualquer coisa além do que é. Falamos mal do carro ou do
ônibus se ele ameaça atropelar-nos, mas bem que gostaríamos de ser donos de uma
traquitana ou de uma empresa de transportes. Evidentemente, é diverso o ponto-devista
de quem está dentro do veículo, com relação ao ponto de vista de quem está fora
- e a propriedade cultiva seus valores éticos distintos.
Imagina se eu, segundo secretário da Associação, me cansar da posição inconfortável
de pedestre e disputar o sorteio de um Chevette. E ganhar. Serei um traidor da classe
ou apenas um fraco mental exausto de pleitear uma vaga de transeunte, sempre
recusada?
O pedestre é, afinal, uma espécie que tende a desaparecer, se é que já não desapareceu
de todo, e eu estou aqui briquitando nestas teclas sem me dar conta de que também
sumi do mapa e sou apenas um fantasma do Segundo Reinado, que açambarcava o
espaço infinito de um Brasil sem desenvolvimento, quando o único veículo era o
cavalinho maneiro.
Já estava conformado com a etiqueta social de fantasma, quando leio que a
Associação de Pedestres de São Paulo é constituída de arquitetos, engenheiros,
economistas, pessoas indubitavelmente vivas e atuantes na vida brasileira de hoje, e
que a futura entidade carioca vem sendo organizada por um sociólogo. Então, nem
tudo está perdido, não sou o “revenant” que supunha ser, e devo admitir que ainda
existem pedestres, por sinal qualificados, e dispostos a defender seus direitos, de
maneira organizada e eficiente.
Fora de brincadeira: é criar e tocar pra frente, com ânimo e perseverança. Assim
como as associações de moradores de bairro vão conseguindo formar uma consciência
comunitária, sensibilizando as autoridades, pois se trata de uma força ascendente,
capaz de exercer pressão e comprovar a eficácia do apelo coletivo, uma associação de
pedestres, formando em comunhão de vistas com aquelas, cuidará daquilo que
interessa a todo o complexo urbano e pede tratamento especial.
Vamos trabalhar pela afirmação (ou reafirmação) da existência do pedestre, a mais
antiga qualificação humana do mundo. Da existência e dos direitos que lhe são
próprios, tão simples, tão naturais, e que se condensam num só: o direito de andar, de
ir e vir, previsto em todas as constituições... o mais humilde e o mais desprezado de
todos os direitos do homem. Com licença: queremos passar.
(Publicada em Jornal do Brasil de 9/5/82-Domingo

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

As mansões de Cabral.



Fonte : Blgo do Garotinho

Está chegando a hora de Cabral na CPI Delta-Cachoeira.

Reprodução da coluna Panorama Político, do Globo
Reprodução da coluna Panorama Político, do Globo


Com o fim do recesso parlamentar, o Congresso volta ao trabalho e a CPI Cachoeira - Delta recomeça disputa política. Como todos devem lembrar antes do recesso entreguei 68 quilos de documentos que comprovam as ligações entre o governo Cabral e a Delta. Além disso, o senador Randolfe Rodrigues (PSOL - AP) já revelou os repasses feitos pela Delta a empresas fantasmas que estão no nome de laranjas no Rio de Janeiro. Cabral já era para ter sido convocado para prestar esclarecimentos à CPI, mas a blindagem montada pela dupla PMDB - PT conseguiu protegê-lo até agora. Vamos ver até quando Cabral consegue escapar da CPI, mas os ventos estão mudando. 
Fonte : Blog do Garotinho