Logo que passar a perplexidade provocada pela morte prematura de
Eduardo Campos, o PSB terá de se reposicionar na cena eleitoral. Pela
lei, a coligação liderada pelo partido dispõe de dez dias para
substituir o candidato. A opção mais óbvia chama-se Marina Silva. Se ela
for a escolhida, a sucessão presidencial tende a ficar embaralhada. E
mais imprevisível.
Até aqui, esboçava-se uma disputa com grande
probabilidade de repetir o Fla-Flu que faz das últimas sucessões
presidenciais, desde 1994, uma gincana entre petistas e tucanos. Campos
(8% no último Datafolha) lutava para furar o que chamava de “falsa
polarização” entre Dilma Rousseff (36%) e Aécio Neves (20%). Apostava
que sua parceria com Marina faria dele um candidato competitivo.
Hospedada
no PSB desde que o TSE se negou a expedir a certidão de nascimento da
sua Rede, Marina sempre foi uma coadjuvante com cara de protagonista
—uma vice mais conhecida que o titular, com 20 milhões de votos na
biografia. Se a tragédia guindar Marina à cabeça da chapa, ela tem
potencial para entrar na disputa do tamanho de Aécio Neves. Ou maior.
Numa pesquisa divulgada pelo Datafolha
em abril, quando o nome de Campos era substituído pelo de sua vice,
chegava-se ao seguinte resultado: Dilma amealhava 39% das intenções de
voto. Marina somava 27%. Aécio, 16%.
Sem comoção, Marina já era
uma ameaça aos rivais. Se migrar do luto para a candidatura
presidencial, Dilma e Aécio terão de remodelar suas estratégias. Resta
agora saber: 1) se PSB e Rede, às turras, conseguirão se entender; e 2)
se Marina, personagem tão imprevisível quanto as urnas, aceitará
substituir Campos.
Blog Josias de Souza
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